Ensino Religioso
Turma, o texto abaixo deve ser lido e refletido, pois estamos refletindo sobre essa temática em nossas aulas.
O tráfico humano na atualidade
Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
A história do tráfico de pessoas é tão antiga quanto nova. Mas causa perplexidade o número altíssimo de vítimas que, apesar de grande conscientização a respeito dos direitos humanos, ainda são traficadas na atualidade.
O tráfico internacional de pessoas é a terceira atividade ilegal mais lucrativa do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e de armas. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas, havia, em 2010, 140 mil mulheres traficadas na Europa e exploradas sexualmente. Juntas, elas fariam cerca de 50 milhões de programas sexuais por ano, a um valor médio de 50 euros cada, o que representa um lucro anual de 2,5 bilhões de euros, ou 6,5 bilhões de reais (SANCHES, 2012).
Conforme a maioria dos depoimentos de pessoas resgatadas da escravidão (SEVERO, 2012), geralmente o início de tudo está nos sonhos de grandeza alimentados pelas vítimas, no modo como a família delas está envolvida nesses sonhos, unindo-se a isso a falta de escrúpulos de pessoas oportunistas e gananciosas que se utilizam desses fatores para enriquecimento ilícito por meio do tráfico humano.
A oportunidade do traficante de pessoas para a escravidão surge pela porta dos sonhos das vítimas. A cada ano, grande número de pessoas são traficadas para a exploração de sua força de trabalho ou para a prostituição.
(…) as vítimas são homens, mulheres e crianças mantidos em condições análogas à escravidão, normalmente, em trabalho agrícola ou fabril (…). “Tem aumentado também a frequência do tráfico internacional de jogadores de futebol, modelos e até de cozinheiros de restaurantes étnicos”, afirma a ministra Luiza Lopes, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior (…) (SANCHES, 2012).
As vítimas, geralmente, compartilham um mesmo tipo de situação familiar e econômica. São adultos que moram com os pais, estão desempregados ou em um subemprego. Essa situação gera acusações a respeito de despesas, cobranças de uma colaboração mais efetiva na renda familiar e extravasamento das tensões psicológicas pela procura frequente de ambientes de diversão, como boates e bares.
Tal situação econômica e familiar é responsável pelo surgimento de sonhos de uma mudança de vida. As futuras vítimas da escravidão se sentem capacitadas para uma vida melhor, sentem que o futuro lhes reserva uma oportunidade ideal, que surgirá como num passe de mágica. Seus anseios por uma vida melhor são o tema principal de suas conversas nos ambientes que frequentam. E então surge o traficante, que será considerado como o Mágico de Oz, alguém que com sua varinha de condão transformará radicalmente o espantalho em ser humano.
O traficante se aproxima para fazer amizade. Narra a vida difícil que tinha e como a situação mudou radicalmente quando foi trabalhar no estrangeiro. Antes era pobre e sofrido, a família o humilhava, e agora tem casa, carro e dinheiro para se divertir à vontade. Tem o respeito das pessoas e desperta paixões.
A vítima não desconfia desse relato de enriquecimento fácil e rápido; fica hipnotizada com a narrativa. Seu pensamento está fixo na possibilidade de realizar seu sonho. O traficante dá provas de que está falando a verdade. A vítima tem acesso ao carro e à casa do traficante. Pessoas do círculo de amizade do traficante confirmam a história, para que a vítima se certifique de que tudo o que foi contado é verdade.
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